quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Seminário de Cura Interior

 
 
Seminário de Cura Interior
 
De 04/03/2013 a 06/05/2013
 
Toda Segunda-feira
 
A partir das 19:30h
 
Rua Profª Maria Hosni Cury , 134
 

Cura Interior


O que é Cura Interior ?
Cura interior é a restauração de nossa personalidade, a chave para a cura plena de uma pessoa. Cada dia é um dia de surpresas que o Senhor nos reserva para colher d'Ele mesmo o caminho de cura que necessitamos trilhar. Podemos confiar e nos abrir sem medo à ação do Espírito Santo , pois, Ele trabalha para o nosso bem e nosso crescimento. Todos nós temos uma história e ela é o caminho para nos conhecermos melhor e trilharmos um rumo, tanto de cura como de crescimento, em nossas vidas.

O que devo fazer para iniciar esse processo de restauração na minha vida ?
Para iniciar o processo de cura interior, o primeiro passo é perdoar. Sem perdão aos outros ou a si mesmo, vamos nos arrastar na nossa caminhada com Deus. O perdão  é um ato da vontade e não de sentimento. Assim como eu desejo ser perdoado por Deus pelas minhas faltas, eu preciso perdoar os outros: "quando estiverdes rezando, perdoai tudo que tiverdes contra alguém" (Mc 11,25).

Como vai acontecer esse processo na minha vida ?
Num processo de cura interior, é muito importante que observemos alguns aspectos fundamentais. O primeiro deles é o exercício de uma verdadeira, autêntica e profunda vida espiritual. Por meio da intimidade com o Senhor, somos introduzidos num processo de cura, pois essa intimidade nos leva ao conhecimento de Deus e, consequentemente, ao autoconhecimento.

Nesse momento com o Senhor, o Espírito Santo está em ação e ilumina nossa inteligência, esclarecendo-a sobre fatos, realidades profundas, sentimentos, verdades religiosas e o plano de Deus para determinados momentos, mesmo que estes sejam muito dolorosos, ajudando-nos a tirar conclusões sábias.

O Espírito Santo também age na nossa vontade, inspirando-nos em decisões acertadas, firmes, perseverantes, corajosas e criativas. Ele concede à vontade motivações sobrenaturais claras, convincentes e gratificantes, as quais nos impulsionam a agir com muito vigor, a entender com amor as motivações das pessoas que nos provocaram algum constrangimento ou foram causas de traumas profundos.

O Espírito Santo age ainda na nossa imaginação, na nossa memória e afetividade concedendo-nos imagens esclarecedoras, sejam elas acontecimentos do passado ou da vida cotidiana. Ele pode nos inspirar sentimentos como compaixão, alegria, piedade, vigor, gratidão entre outros, os quais são capazes de transformar, de dar vida nova aos corações e de nos reconciliar com a nossa própria história.

A busca intensa de Deus e da Sua verdade é muito importante, porque temos imagens e impressões muito deformadas dos acontecimentos, das pessoas e de nós mesmos. Não basta, entretanto, deixarmos que Deus retire a casca grossa das nossas feridas, é preciso permitir que a Sua luz penetre nas raízes das nossas feridas mais profundas, sobre as quais muitos de nós não têm conhecimento e que são verdadeiros obstáculos para a vivência da salvação em nossas vidas.

A obra de salvação de Deus em nossa vida passa pelo autoconhecimento. Este acontece à medida que o Espírito Santo nos revela a nossa verdade interior. Quanto mais nos aproximamos de Deus em espírito e verdade, tanto mais Ele nos revela a nossa realidade interior. É interessante observarmos isso, porque existem dois motivos que nos impedem de sermos curados e livres: a ignorância e o medo de olharmos para dentro de nós mesmos; geralmente, preferimos culpar os outros. Quanto mais profunda for a ferida, maior será o amor de Deus para nos curar.
 
 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

XXI Alegrai-vos



A Renovação Carismática Católica da Arquidiocese de São Paulo realiza pela 21ª vez o Alegrai-vos, tradicional evento de carnaval que agita e leva os católicos da capital paulista a viverem momentos de intimidade, louvor e adoração ao Deus da vida.
Neste sentido, queremos te convidar para juntos vivermos este momento de fé, lembrando que “se creres verás a glória de Deus” (JO 11, 40)
Em 2013, o encontro acontecerá no Salão da Paróquia San Gennaro, na Mooca, famoso pela grandiosa festa do Padroeira Italiano, que reune milhares de pessoas em diversos dias de festejo.
Algumas presenças confirmadas são:
  • Pe. José Roberto (Assessor Eclesiástico da RCC São Paulo);
  • Pe. Paulo Eduardo (Diretor Espiritual do MJ São Paulo);
  • Adriano Zandoná (Com. Canção Nova);
  • Salette Ferreira (Canção Nova);
  • JAM (MJ RCC Sampa);
  • Vida Reluz;
  • Louvor e Glória e
  • Grupo Chamas (Irmãs Paulinas)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Ano da Fé ...Mas o que é mesmo a Fé?

Pe. Alexsander Cordeiro Lopes
Mestre em Teologia pela PUC/PR
Diretor Espiritual do Ministério Jovem

Escrevo este breve artigo no domingo das eleições municipais em nosso país. Não, caro leitor... Não falarei de política, mas de algo que ouvi em um importante meio de comunicação. Explico-me: em uma determinada comunidade católica, ocorreu um crime eleitoral de boca de urna. Evidentemente sou totalmente contra este tipo de atitude. E os que a noticiavam em uma importante emissora de rádio de nosso país também o eram. Nisso nós concordamos. Impressionou-me, porém, o depoimento de um dos entrevistados: “Vou à missa pra viver a minha fé e nela encontrar paz e sossego”.

Esta frase me incomodou. Doeu nos ouvidos... E não por causa da situação inusitada na qual ela foi pronunciada, mas porque esta pessoa, os radialistas e a maioria dos que criticavam a “boca de urna” interpretavam a manifestação de fé em uma Igreja como “momento” para sentir “paz e sossego”, longe dos acontecimentos que nos rodeiam. E quantas pessoas compreendem assim a sua manifestação religiosa...
Coincidentemente, no mesmo dia, assisti a um documentário produzido por uma importante emissora da TV dos EUA que evidenciava o embate entre a fé cristã e as descobertas científicas. Muito interessante, por sinal! Porém, os que debatiam faziam-no comparando a fé a um conhecimento humano racional – como que um conjunto de afirmações que pudessem ser comprovadas por experimentação, utilizando-se do método científico.

Compreendi nesse instante porque o Santo Padre, o papa Bento XVI, proclamou o Ano da Fé para comemorar os 50 anos do Concílio Vaticano II... “Algo precisa ser mudado!”

Não é incomum percebermos pessoas que acreditam que ter fé é ter um “refúgio seguro” para descansar, como se fosse um sentimento de sossego ou quietude aos moldes do Zen Budismo. Ou mesmo há os que desejam que sua fé os conduza a emoções fortes, grandes êxtases espirituais. Há ainda os que transformam a fé em um ato político em contraste com outros atos políticos existentes. Não são poucos os que entendem a fé como um conjunto de conhecimentos mais ou menos estruturados acerca da ordem das coisas. E ainda há aqueles que compreendem a fé como um conjunto de normas e leis a serem cumpridas...

Parece realmente que muitos de nós esquecemos o real significado da palavra “fé”. O Papa Bento XVI, no moto próprio “Porta Fidei” assim se expressou: “Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé.” (Porta Fidei, 2). De fato, se perguntados sobre o que significa professar uma fé, muitos contemporâneos nossos responderiam com fatos, sentimentos, consequências, situações, momentos que brotam de sua fé, e não propriamente com o que seja realmente a fé em si.

“A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se vêem.” (Hb 11,1). O autor da Carta aos Hebreus dedica diversas linhas de seu texto a explanar sobre o tema da fé. E inicia com a frase supra citada. Nela não encontramos propriamente uma definição aos moldes científicos, mas um testemunho. Aliás, todo o capítulo 11 deste livro apresenta a fé como uma experiência vivencial da qual se dá testemunho com palavras e obras.


Primeiramente, a carta aos Hebreus nos diz que a fé é uma certeza. Mas de que tipo de certeza o autor bíblico nos fala? Seria uma certeza científica? Seria uma certeza teórica? Seria um sentimento que dá segurança e estabilidade?

Antes de adentrarmos mais aprofundadamente no sentido profundo das palavras da Carta aos Hebreus, será preciso compreendermos um pouco mais acerca do que significa ter certeza. Diante das diversas informações que nos são passadas diariamente, existem diversos níveis de comprovação que nos garantem a certeza em relação a elas.

A primeira delas é a certeza como ato de confiança em uma testemunha qualificada: trata-se do ato de dar crédito a uma palavra por causa de quem a falou. Explico-me. Acreditamos na história que nossos pais nos contaram acerca de nosso nascimento, acreditamos em uma notícia apresentada em um telejornal, acreditamos nos sentimentos positivos de nossos amigos em relação a nós. Este crer racional perpassa todas as nossas ações, todos os dias. Não podemos exigir comprovação de todas as informações que nos são comunicadas. Ficaríamos malucos. Apenas acreditamos na informação dada por causa da confiança na pessoa que no-la transmitiu.

Muitas pessoas consideram o ato de ter fé como se fosse este tipo de certeza. Creem em Deus por tradição familiar, porque sempre foi assim, porque o padre disse, porque a catequista disse... É verdade que a fé cristã depende das testemunhas que nos transmitiram seus conteúdos. Dependemos do testemunho daqueles que nos evangelizaram... Dependemos da fiança que depositamos nos autores das Sagradas Escrituras... Mas a fé não se reduz a isso. Não é desta certeza que fala a Carta aos Hebreus. De fato, percebemos cada vez mais em nossos dias que as pessoas têm rejeitado a Igreja justamente porque eram católicos apenas por tradição. Num passado não muito distante, todos se diziam católicos... Mas quantos realmente frequentavam nossas Igrejas? Quantos realmente apresentavam convicções acerca de sua fé? A fé contém tradição, implica no testemunho de pessoas qualificadas, mas não pode depender apenas disto, senão morre.

A segunda forma de se manifestar certeza é pela experimentação e comprovação científicas. No saber científico podemos ter uma certeza bastante plausível de que aquela informação, demonstrada por métodos rigorosamente observados, é verdadeira. Esses métodos rejeitam quase que completamente o testemunho de uma autoridade. Por meio de seu rigor acadêmico, nossa sociedade atual atinge níveis de conhecimento acerca da realidade nunca antes imaginados por nossos antepassados. Os avanços tecnológicos que brotam desse tipo de saber comprovam que é válido e salutar incentivar seu crescimento.

Mas seria a fé uma certeza científica? Evidentemente não. Não podemos comprovar os conteúdos da fé por meio de experimentação em laboratório. Isso é impossível. Percebemos as realidades divinas presentes em nosso meio, mas elas dizem respeito à outra ordem de coisas. Deus não pode ser medido, mesmo que possa ser tocado e sentido. Deus não cabe num tubo de ensaios, mesmo que percebamos seus sinais. Deus é o totalmente outro, intangível, mesmo que alcançável. Não podemos cair na tentação de querer comprovar ou refutar a existência de Deus por meio de cálculos matemáticos, formulações da física, química, psicologia, biologia... Ele está para além disso. Ter fé, portanto, difere também deste saber.

Em síntese: a fé não pode ser reduzida a um conjunto de afirmações teóricas, apesar de manifestar-se teoricamente... Ela não é sentimento, apesar de despertar sentimentos. Ela não é uma certeza racional, nem uma certeza sentimental, apesar de expressar-se racionalmente ou emocionalmente.

E mesmo assim a fé é uma certeza. De que tipo de certeza então trata a Carta aos Hebreus? Recorramos ao Evangelho! Nosso Senhor Jesus Cristo assim se expressou diversas vezes: “A tua fé te salvou”. Havia no coração de cada pessoa curada por Jesus um elemento anterior, que dava segurança de que não sairiam confundidos se depositassem sua esperança em Jesus Cristo. Esse elemento anterior dava a certeza de que em Jesus Cristo estava a verdadeira salvação. "Em verdade vos digo: se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha: Transporta-te daqui para lá, e ela irá; e nada vos será impossível." (Mt 17,20). Fé, portanto, é uma segurança, baseada na experiência e que aponta para um futuro.

A experiência que baseia a fé não é científica; nem tampouco depende da afirmação de uma autoridade; ou de um sentimento emocional... A fé genuína é um encontro com a pessoa de Jesus Cristo. Um encontro que modifica tudo, altera tudo, transforma tudo. É uma experiência existencial que implica todo o ser e faz apostar tudo, deixar tudo para possuir este tesouro experimentado. Ela atinge toda a vida, isto é, não diz respeito a uma descoberta histórica apenas, mas na imersão em uma história que, mesmo tendo ocorrido a milhares de anos, não se esgotou e atinge o agora da pessoa, comprometendo todo o seu futuro, fazendo com que toda a vida dependa deste alguém para o qual tudo se entrega.

Mesmo não vendo, vemos... Mesmo não ouvindo, ouvimos... Mesmo não tocando, tocamos... Mesmo na ausência, testemunhamos a presença... Esta é a fé cristã! Não é deste mundo, mas está neste mundo! É um dom que brota do encontro de duas sedes: a sede humana de um sentido infinito e a sede de Deus que nos ama infinitamente. Não é uma dimensão da vida... É a própria VIDA que brota de nossos corações pela ação do Espírito de Deus!

Texto extraído do site da RCCBrasil
http://www.rccbrasil.org.br/espiritualidade-e-formacao/index.php/artigos/883-ano-da-fe-mas-o-que-e-mesmo-a-fe